03/09/2013


Estudo sugere, no entanto, que período de interrupção é insuficiente para reverter o risco total de infarto do miocárdio




Equipe investigou a forma como o sistema vascular é alterado pelo fumo e se as mudanças podem ser normalizadas por meio da abstinência

Parar de fumar por oito semanas pode reverter a lesão endotelial causada pelo tabagismo. É o que sugere estudo apresentado no Congresso da European Society of Cardiology, nos EUA.

No entanto, os resultados mostraram que a serotonina permaneceu elevada, sugerindo que oito semanas de interrupção é insuficiente para reverter o risco de infarto do miocárdio.

"Fumantes têm duas vezes mais probabilidade de ter um ataque cardíaco do que pessoas que nunca fumaram. Parar de fumar é a coisa mais importante que as pessoas podem fazer para reduzir seu risco de doença cardiovascular. Mas, até agora, os estudos não analisaram se a aumento do risco causado pelo tabagismo é completamente revertido após parar de fumar", afirma o pesquisador principal Yasuaki Dohi.

A equipe investigou a forma como o sistema vascular é alterado pelo fumo e se as mudanças podem ser normalizadas por meio da abstinência. Eles se concentraram sobre os efeitos do tabagismo e da cessação do tabagismo na função endotelial arterial e na concentração de serotonina circulante.

Tanto a disfunção endotelial quanto a serotonina contribuem para o desenvolvimento da aterosclerose. Serotonina liberada a partir de plaquetas induz a agregação de plaquetas, o que inicia a coagulação do sangue e as contrações em artérias, em especial aquelas com endotélio danificado.

A fumaça de cigarros contém moléculas tóxicas, incluindo nicotina, monóxido de carbono e cianeto de hidrogênio que pode causar e promover aterosclerose via disfunção endotelial e aumento da atividade de coagulação do sangue.

O estudo incluiu 27 fumantes aparentemente saudáveis do sexo masculinos e 21 não fumantes. A função endotelial foi avaliada por meio da tonometria arterial periférica (PAT).

Fumantes que alcançaram a cessação completa do tabagismo tiveram um aumento significativo da proporção PAT, mas os níveis de serotonina não foram alterados significativamente. "Isto indica que a função endotelial melhorou após oito semanas de cessação do tabagismo, mas os níveis de serotonina se mantiveram em níveis perigosamente altos", observa Dohi.

De acordo com os pesquisadores, após 8 semanas sem fumar, a função endotelial melhorou, mas a serotonina manteve-se elevada, sugerindo que os pacientes ainda estão em maior risco de doença cardiovascular. "Mais estudos são necessários para ver se a parar de fumar a longo prazo pode inverter completamente os danos causados pelo tabagismo", concluem os pesquisadores.

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