-Só pode ser uma aranha!
Mas você está errado. O que está ali, bem, na sua frente, não é uma aranha, mas sim um dos mais esquisitos bichos da natureza, chamado Opilião.
Quase todo mundo que vê um opinião acha que está diante de uma aranha. O nome Opiliones, cunhadopor Sundevall em 1833, foi baseado no gênero Opilio Herbst, 1798. Opilio é uma palavra latina, usado por Vergílio nas Bucólicas e significa “pastor de ovelhas”. O nome se refere ao comportamento de inspeção do segundo par de pernas. Os opiliões são também conhecidos como aranha-alho, aranha-bode, aranha-cafofa, aranha-de-chão, bodum, fede-fede, giramundo, temenjoá ou tabijuá.
Apesar dos apelidos, não é uma aranha mesmo!
Segundo a Wikipedia, os opiliões são invertebrados de oito pernas que pertencem a ordem Opiliones, que é a terceira em termos de diversidade da Classe Arachnida, Subfilo Chelicerata, Filo Arthropoda, compreendendo mais de 6.300 espécies descritas em todo o mundo até o ano de 2005.
Os opiliões são bichos inofensivos e caracterizam-se pelas pernas articuladas excepcionalmente longas em relação ao o resto do corpo. Ó o tamanho do bitelo:
Apesar das semelhanças superficiais com as aranhas, com as quais são geralmente confundidos, estes aracnídeos representam um grupo distinto. O corpo está divido em prossoma e opistossoma que encontram-se fundidos em toda a sua largura, formando uma estrutura ovalada ou arredondada sem separação visível dos dois tagmas.
Em contrapartida, as aranhas apresentam o prossoma e opistossoma bem distintos.
Em linguagem compreensível, poderíamos dizer que este bicho não é uma aranha porque a cabeça dele está conectado na bunda. Já as aranhas são bem divididas, com a bunda proeminente.
Outra diferença é que as aranhas tem muitos olhos, e os opiliões só dois, como eu e você. Em algumas especias de caverna ele não tem olhos. O opilião também tem um par de aberturas das glândulas odoríferas (ou de cheiro). Essas glândulas secretam um líquido de cheiro característico quando o animal é perturbado. (certamente fedido)
Os seis pares de apêndices, como em todos os aracnídeos, são prossomáticos. Os opiliões possuem um par de quelíceras com três segmentos e pedipalpos com seis segmentos: coxa, trocânter, fêmur, patela, tíbia e tarso. Os pedipalpos primariamente são órgãos sensoriais, porém em Laniatores estes são raptoriais, com robustos espinhos, para agarrar e despedaçar o alimento. Os quatro pares de apêndices ambulatoriais podem ser bastante alongados e possuem sete segmentos: coxa, trocânter, fêmur, patela, tíbia, metatarso e tarso. O segundo par costuma ser mais alongado e com maior segmentação tarsal que os demais, e é usado para funções sensoriais, e não para locomoção, como se fosse uma antena, por isso é chamada de perna anteniforme.
Um aspecto bem bizarro desse animal é que suas peras se soltam facilmente do corpo e continuam a se mexer, como vivas durante um longo tempo. Isso é uma estratégia de defesa que ele usa, quando atacado, para fugir. O opilião larga uma ou mais perninhas para trás, que distraem seus opositores, enquanto ele dá no pé.
Os opiliões não são venenosas e não possuem glândulas de seda. Eles só tem um par de glândulas que produzem o líquido fedorento. Mas por mais curioso que pareça, o liquido fedorento funciona lindamente bem! Tanto que os opiliões raramente são comidos por outros insetos ou vertebrados. Provavelmente o caldo fedorento deve ter também sabor intragável.
O opilião pode ser encontrado em quase todos os lugares e se espalharam em uma ampla variedade de habitats – desde florestas até desertos e pradarias. Algumas espécies chegam a escalar grandes montanhas.
Não é raro ver o Opilião com parasitas. Eles podem ser vistos principalmente nas pernas, surgindo como pontos vermelhos. São larvas de Allothrombium fuliginosum (carrapato).
O ciclo de vida deles tem por volta de um ano. Algumas especies podem durar até dois.
O mecanismo de funcionamento das pernas do opilião é tão sofisticado que o animal é estudado por especialistas em robótica, que admiram a genialidade de seu funcionamento (praticamente são articulações hidráulicas). O sistema é tão bem desenvolvido, para manter o opilião acima do solo, que estudou-se adotar sistema semelhante em robôs exploratórios de outros planetas.
Os engenheiros mecatrônicos pensaram em copiar o Opilião porque uma tal máquina é concebida com este design tem uma série de vantagens sobre um aparelho que se desloque sobre rodas ou lagartas, especialmente para ultrapassar obstáculos. Equipamentos destinados à investigação e movimento, centrado em uma cápsula selada, que se eleva em longas pernas articuladas.
Nas extremidades das pernas e articulações existem sensores que transmitem informações dos pés sobre o toque no substrato, e a sua posição relativa. Cada perna age como um centro de informações do solo. Acredita-se que para a propulsão do pé é a coisa mais aconselhável é uma combinação de princípios mecânicos e hidráulicos, que se observa nas patas dos opiliões: flexão devido a um cabo passando através dos segmentos indo até a extremidade dos pés, e a extensão por sistema hidráulico, através da pressão do fluido que enche a perna. No caso do opilião, hemolinfa.
Recentemente, os opiliões atraíram atenção da ciência, porque se descobriu que as secreções de algumas espécies de opiliões resultam em antibióticos poderosos.
Eventualmente, os opiliões podem se juntar em grandes grupos, o que pode provar verdadeiro pânico em pessoas que sofrem de aracnofobia. Pensa nisso em cima da sua cama:
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